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PROJETO ARTE BANIWA
Como surgiu
Experiência de mercado
Os Baniwa produzem cestaria de arumã para vender por dinheiro ou trocar por bens há décadas. Dependendo da posição da comunidade no Rio Içana, o qual apresenta só no trecho brasileiro 19 cachoeiras (ou corredeiras fortes) que dificultam a navegação, os produtores-comerciantes baniwa saem para vender/trocar seus produtos em Mitú (Colômbia) ou S. Gabriel da Cachoeira.
Na década de 50, a preferência era vender em Mitú, o que implicava remar forte rio acima e carregar a cestaria a pé pelo varadouro que ligava a Bacia do Içana ao Uaupés, já na Colômbia.
Nos anos 70, comerciantes colombianos passaram a descer o Içana para comprar nas aldeias baniwa, aviando a produção com mercadorias; mesmo assim havia quem preferisse ir até Mitú. Depois houve um tempo dos comerciantes brasileiros, que subiam o Içana e o Aiari trocando a cestaria por mercadorias nas comunidades, para revender depois em Manaus; alguns baniwa se aventuraram a navegar até Manaus, em grandes canoas com motor de popa, para vender artesanato diretamente.
Em S. Gabriel, os preços sempre foram baixos. A missão católica estabeleceu o costume depreciativo de trocar o artesanato indígena por roupas usadas.
Em 1993, a recém fundada OIBI (Organização Indígena da Bacia do Içana) tentou organizar a produção de cestaria de arumã para atender a um pedido de cinco mil unidades, mas não conseguiu capital de giro para completar a transação. Em 1997, a FOIRN inaugurou uma loja de arte indígena na sua sede em S. Gabriel. |
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Novo sistema
A partir de 1998, depois da demarcação das terras indígenas na região do Rio Negro, a FOIRN e associações filiadas, em parceria com o ISA, começaram a implantar um conjunto de projetos-piloto para viabilizar algumas iniciativas prioritárias das comunidades indígenas, na direção de um Programa Regional de Desenvolvimento Indígena Sustentável . Entre estas, incentivar a produção sustentável por encomenda de cestaria de arumã para comercialização com a gestão direta dos recursos pelas associações baniwa, agregando valor cultural e ambiental aos produtos e identificando nichos de mercado adequados para obter preços compensadores.
Começar por um conjunto de produtores de 16 comunidades, reconhecidamente mestres no ofício, foi uma opção apoiada na capacidade de mobilização da OIBI, no potencial de gestão dos seus dirigentes e na constatação de que a arte da cestaria de arumã estava ali, naquele trecho do alto Rio Içana, plenamente em vigor.
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Veja como funcionam as oficinas do Projeto Arte Baniwa |
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